sábado, 19 de dezembro de 2015

Por Alfredo Brites



Ovos de granja e orgânicos: entenda as diferenças.



Os métodos de produção de ovos interferem até mesmo nos nutrientes deles
O ovo é um dos alimentos mais nutritivos da nossa alimentação, além de melhorar nosso humor e  ser um ingrediente importante para muitas receitas. Você sabe como eles são produzidos? E que diferença isso faz para o consumidor?
Ovos de granja são aqueles produzidos em um sistema comercial, por isso são mais baratos. As galinhas são alojadas em gaiolas, onde ficam confinadas por até 120 semanas, que é o tempo de seu maior desempenho em postura. Como não têm contato com galos, os ovos não são fecundados (muita gente pensa que a gema seria o embrião, mas na verdade, seria a fonte de nutrientes dele.
Mesmo assim a produção é grande porque as granjas fazem programas de luz: colocam uma iluminação artificial no galpão para que o dia dure algumas horas a mais, assim as galinhas ficam mais tempo acordadas e comendo, aumentando a produtividade. Essas galinhas passam pelo processo de debicagem (corte da ponta do bico), para evitar canibalismo e automutilação devido ao estresse dos programas de luz e por estarem sempre presas. Além disso, recebem tratamentos com antibióticos, mas este problema já tem uma alternativa que, lentamente, as granjas começam a adotar: o uso de probióticos, prebióticos e simbióticos junto à ração das aves, diminuindo a necessidade de medicamentos.
Já os ovos orgânicos são produzidos em um sistema extensivo, ou seja, as galinhas ficam soltas no terreno (que deve ser limpo e bem cuidado), podendo manifestar seu comportamento natural. Elas demoram um pouco mais para começar e também para parar de produzir, mas têm contato com galos, então seus ovos podem estar fecundados (o embrião ainda está minúsculo, mas presente). Sua alimentação deve ser orgânica, para que não haja resíduos nos ovos. Este tipo de produção também permite iluminação artificial, mas com um mínimo de oito horas de escuro por dia.
Um estudo feito na Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, mostrou que os ovos de galinhas criadas soltas apresentam o dobro de ômega-3, 38% mais vitamina A e 23% mais vitamina E em comparação a ovos produzidos em sistema de confinamento.
Seja qual for a sua escolha, preste muita atenção ao selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que garante que o alimento foi devidamente inspecionado e não apresenta riscos à saúde quando consumido ao ponto ou bem passado (alimentos mal passados não são recomendados). Isto vale para os ovos e qualquer outro produto de origem animal.
Observação: a cor da casca do ovo só tem a ver com a raça da galinha, não com seu sistema de criação. Se o produto for orgânico e/ou caipira, a embalagem deve conter a informação.


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