Pesquisa liga fumo à menopausa precoce em mulheres.
Mulheres que são fumantes crônicas ou
habituais têm maior chance de entrar mais cedo na menopausa, sugere um novo
estudo.
A pesquisa, que envolveu 79 mil
mulheres, mostrou que aquelas que fumavam desde os 15 anos entraram na
menopausa em média 21 meses mais cedo do que as não fumantes.
O estudo também identificou uma
relação mais fraca entre menopausa precoce e fumo passivo.
Especialistas afirmam que o estudo
fortalece as evidências de que toxinas no tabaco podem afetar a saúde
reprodutiva em geral.
Disrupção
hormonal
Em trabalho apresentado na revista
especializada Tobacco
Control , uma equipe de pesquisadores analisou dados do Women's
Health Initiative, uma ampla pesquisa sobre saúde da mulher nos EUA.
Todas as mulheres citadas no
estudo haviam entrado na menopausa quando foram recrutadas, entre 1993 e 1998.
Usando questionários, elas foram
interrogadas sobre o quanto e por quanto tempo fumaram e a época da chegada da
menopausa.
Ao comparar mulheres fumantes e não
fumantes, a equipe descobriu que aquelas que diziam fumar muito (mais de 25
cigarros por dia) provavelmente tinham a última menstruação 18 meses mais cedo
do que não fumantes.
E não fumantes que tinham passado por
muitos anos de exposição à fumaça de cigarro - como aquelas que viviam com
pessoas que fumavam em ambientes fechados - entravam mais cedo na menopausa do
que não fumantes sem contato frequente com tabaco.
Cientistas afirmam que os resultados
foram confirmados mesmo ao considerar fatores como consumo de álcool e
contraceptivos orais, nível educacional e raça.
Eles sugerem que toxinas no tabaco
podem alterar a estrutura de hormônios reprodutivos importantes, como o
estrógeno.
E embora possam não ter certeza sobre
as consequências de longo prazo à saúde, os pesquisadores indicam que estudos
anteriores já associaram a menopausa ao risco de morte precoce.
Mas a menopausa precoce também já foi
relacionada a menor risco de certas doenças, incluindo câncer de mama.
'Fenômeno
real'
Separadamente, o estudo reforçou a
comprovada relação entre fumo e problemas de fertilidade.
"Isso é um pouco preocupante - há
apenas um aumento pequeno do risco de infertilidade em fumantes na comparação
com não fumantes, mas esse novo estudo sugere que os chamados fumantes passivos
podem ser afetados na mesma maneira", disse Ashley Grossman, professor da
Universidade de Oxford, na Inglaterra.
"Talvez mais convincente seja a
menopausa precoce em quase dois anos em fumantes e de cerca de um ano em
fumantes passivos; esse efeito dose-resposta sugere que estamos observando um
fenômeno real."
Outros estudiosos destacam que,
durante o período de realização do estudo, o hábito do fumo era mais comum
tanto em mulheres como em homens.
Apesar disso, os pesquisadores
responsáveis pelo estudo afirmam que o trabalho mostra que "todas as
mulheres devem ser protegidas do fumo ativo e passivo".
BBC BRASIL
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