Exportação de jumentos para China pode gerar receita de US$ 3 bilhões.
Se a intenção manifestada pela China
de importar 1 milhão de jegues por ano do Brasil, conforme disse um empresário chinês à ministra da Agricultura
Kátia Abreu, o negócio geraria ao Brasil uma
receita de US$ 3 bilhões, considerando o preço médio dos asnos exportados este
ano
A demanda inusitada foi feita durante
missão da ministra ao país asiático, onde os animais são usados na indústria
alimentícia e na fabricação de cosméticos. O Brasil já faz essa exportação, mas
em uma escala reduzida. Em 2015, foram vendidas 1,2 toneladas, o equivalente a
US$ 15,4 mil.
A história foi relatada pela própria
ministra pelo microblog Twitter. “No seminário dos empresários chamou a atenção
um investidor com um interesse que nos pareceu piada, mas não era. Ele quer
importar jumentos para a China”, relatou. “Inacreditável, mas sua demanda é de
1 milhão de jumentos ano. Morro e não vejo tudo”, disse a ministra.
Kátia voltou a falar no assunto e
disse que errou, não eram jumentos, mas jegues. Apesar dessa correção, jegue é
apenas outro nome para asno e jumento. A mula e o burro é que são diferentes,
nascem a partir do cruzamento entre um jumento e uma égua. Se o filhote for uma
fêmea, é chamada de mula; se for macho, é chamado de burro. “Propuseram-me a
fazer, inclusive, uma cooperação para melhoramento genético de jegues”, relatou
a ministra.
Abates
A China abate cerca de 1,5 milhão de
jegues por ano, uma parte produzida no próprio país e outra na Índia. Apesar de
toda essa demanda dos chineses, 2015 foi um ano fraco para a exportação do
animal em comparação a outros anos.
Enquanto neste ano as vendas ficaram
em US$ 15,4 mil, em 2008 elas chegaram a somar US$ 309,3 mil, o equivalente a
22,4 toneladas. O recorde financeiro, no entanto, foi em 2010, quando o Brasil
fez US$ 385,7 mil em vendas e desembarcou 14,9 toneladas de asnos no exterior.
As mensagens da ministra na rede
social geraram comentários bem humorados e foram até usadas em trocas de
ofensas entre militantes de esquerda e de direita. Algumas pessoas, defensoras
dos animais, se queixaram da demanda chinesa e classificaram a venda como “crueldade”.
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