quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Por Alfredo Brites



Comer ovo e tomar sol evita o mau hálito.

 

Existem mais de 60 causas do mau hálito, mas geralmente associamos à falta de higiene bucal ou problemas de estomago. Mas, em alguns casos, o problema pode surgir pela carência de vitaminas A e D.
As vitaminas são essenciais para o metabolismo, promovendo a ação das enzimas que regulam e mantêm o equilíbrio do corpo. A vitamina A é um termo geral que se refere ao retinol (álcool) e ácido retinóico, e está associada a diversas funções essenciais. O retinol é utilizado no processo visual e o ácido retinóico, por sua vez, assegura a manutenção das células da pele, do trato gastrointestinal e dos olhos. Já a vitamina D, contribui para a formação dos ossos e dos dentes, facilita a absorção do cálcio e fósforo e ajuda a manter os níveis sanguíneos desses minerais.
“Sabemos que a carência de vitaminas A e D propiciam uma maior descamação das células da mucosa bucal, o que contribui para uma maior formação da saburra lingual e cáseos amigdalianos, que são os principais nichos causadores da liberação dos gases de enxofre”, diz o dentista, Marcos Moura, diretor executivo da Abha (Associação Brasileira de Halitose). 

A nutricionista Marilia Martini, mestranda em Alimentos e Nutrição na UNESP, explica que os alimentos fontes da vitamina A são geralmente alimentos gordurosos, como os laticínios, a gema do ovo, azeite de dendê, fígado bovino e peixes gordurosos. Já as fontes de carotenoides são as hortaliças verde-escuro e as frutas amarelas e alaranjadas, e o tomate.
A vitamina D é também sintetizada na pele, por ação da radiação ultravioleta do sol, e transportada no sangue para os rins e ossos, e no intestino onde auxilia a absorção de cálcio. “Alimentos como óleos de fígado de peixes (bacalhau, linguado), peixes (sardinha, salmão), fígado, margarinas fortificadas com vitamina D, ovos, óleos vegetais, gérmen de trigo e leite são fontes de vitamina D”, diz Marilia.
Como descobrir o problema?
Em uma avaliação inicial no dentista especializado em halitose, são observados lábios, bochechas – onde pode ser vista a descamação –, além dos hábitos de alimentação, se a pessoa consome alimentos com essas vitaminas. “Antes de tudo, é preciso confirmar, com exames de sangue, a carência dessas vitaminas, administrar suplementos vitamínicos e dar atenção à dieta, incluindo esses alimentos sempre que possível”.
Também é preciso verificar a ingestão de água, o ideal seria 35 ml por quilo da pessoa. No caso da vitamina D, são recomendados banhos de sol, sem proteção solar, por 15 minutos antes das 10 horas e/ou após as 16 horas, com pelo menos 40 % do corpo descoberto. “A insuficiência da vitamina D afeta quase 50% da população mundial. Com o medo de contrair câncer de pele, criou-se o hábito de já sair de casa usando protetor solar, o que faz com que as pessoas percam os benefícios do sol. Tudo tem que ser feito com moderação”, afirma Moura;
Recomendação de Vitamina A
microgramas ER /dia
Lactentes (bebês que mamam)
350-500
1 a 6 anos de idade
400
7 a 12 anos de idade
500
Adolescentes
600
Homens
600-900
Mulheres
600-900
Gestantes
700-800
Lactantes (mulheres que amamentam)
1100

Recomendação de Vitamina D
microgramas/dia
0 a 50 anos de idade
5
51 a 70 anos de idade
10
Acima de 70 anos de idade
15


Que motivos fazem as mulheres viverem mais que os homens?

 

Assim que eu nasci, já estava predestinado a morrer mais cedo do que metade dos bebês na maternidade – uma espécie de maldição que eu praticamente não posso evitar. O motivo? O simples fato de ser homem. Só por isso, minha expectativa de vida é três anos menor do que a de uma mulher nascida no mesmo dia.
Mas por que isso acontece? E será que é possível quebrar essa maldição?
Apesar de essa informação não ser novidade e estar há décadas desafiando médicos e cientistas, só recentemente eles têm conseguido obter algumas respostas.
Uma das primeiras teorias era a de que os homens viviam uma vida fisicamente mais extenuante e o corpo acabava cobrando o preço disso mais tarde. Mas se isso fosse verdade, hoje em dia a diferença na longevidade deveria ter caído, já que a maioria dos homens e das mulheres realiza os mesmos tipos de trabalho, muitas vezes sedentário.
Só que a diferença na expectativa de vida entre os sexos se manteve estável apesar das profundas transformações sociais dos últimos séculos. Tomemos o exemplo da Suécia: em 1800, a expectativa de vida no nascimento era de 33 anos para as mulheres e 31 anos para os homens; hoje, esses valores são 83,5 anos para elas e 79,5 anos para eles. Nos dois casos, as mulheres vivem cerca de 5% mais tempo que os homens.
Cientistas da Universidade do Alabama afirmaram, em artigo recente na revista Gerontology, que "essa consistente vantagem de sobrevivência das mulheres em comparação aos homens (...) é observada em todos os países, em todos os anos em que há registros confiáveis de nascimentos e óbitos. É provavelmente o padrão repetitivo mais robusto da biologia humana".

O fator X

Também não tem sido fácil para pesquisadores provar que os homens forcem seus corpos mais que as mulheres. Fatores como o fumo, o consumo de bebidas alcoólicas e a alimentação em excesso podem explicar a diferença nas expectativas de vida entre homens e mulheres em cada país. Os homens russos, por exemplo, têm mais chances de morrer 13 anos antes do que suas conterrâneas mulheres, em parte porque bebem e fumam mais.
Mas a verdade é que fêmeas de chimpanzés, gorilas, orangotangos e gibões também viverem mais do que os machos de seus grupos, e nós não os vemos com cigarro na boca e um copo de cerveja na mão.
Parece, portanto, que a resposta do enigma está na nossa evolução. "É claro que fatores sociais e de estilo de vida têm sua influência, mas há algo mais profundamente impregnado na nossa biologia", afirma Tom Kirkwood, que estuda a fisiologia do envelhecimento na Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha.
Há muitos mecanismos que potencialmente estão por trás dessa diferença na expectativa de vida, começando pelos cromossomos presentes em cada célula. Por terem dois cromossomos X, as mulheres mantêm uma cópia de todos os seus genes, que pode entrar em ação se outro "falha".
Os homens não têm esse back-up. Com isso, mais células podem começar a funcionar mal ao longo do tempo, colocando os homens sob mais risco de desenvolverem doenças.

O papel da testosterona

Outra hipótese considera o fato de o batimento cardíaco das mulheres aumentar durante a segunda metade do ciclo menstrual, oferecendo benefícios semelhantes aos de fazer exercícios moderadamente. O resultado é um risco mais tardio de desenvolver doenças cardiovasculares.
A diferença na longevidade também pode ser uma questão de tamanho. As pessoas mais altas têm mais células em seu corpo, o que significa que elas têm mais chances de desenvolver mutações prejudiciais. Corpos maiores também consomem mais energia, provocando um desgaste maior dos tecidos. E, como os homens costumam ser maiores que as mulheres, eles poderiam enfrentar mais danos a longo prazo.
Mas talvez o verdadeiro motivo seja a testosterona, que determina a maioria das outras características masculinas, como a voz mais grossa, a presença maior de pelos e a calvície.
As evidências para isso vêm de um lugar inusitado: a Corte Imperial da Dinastia Chosun, da Coreia. O cientista coreano Han-Nam Park recentemente analisou os registros detalhados da vida na corte no século 19, incluindo 81 eunucos cujos testículos foram retirados antes da puberdade.
A análise revelou que os eunucos viviam até aproximadamente 70 anos, enquanto os demais homens da corte tinham uma vida média de 50 anos. De maneira geral, os eunucos tinham 130 mais chances de chegar aos 100 anos do que os homens comuns que viviam na Coreia naquela época, inclusive os reis.
Apesar de nem todos os estudos com outros eunucos terem mostrado uma diferença tão acentuada na longevidade, de maneira geral homens e animais sem testículos vivem mais.
Ainda não se sabe o exato motivo para isso, mas segundo David Gem, da University College Londres, o dano pode ocorrer no final da puberdade. Ele aponta para os tristes casos de pacientes em manicômios americanos no início do século 20. Muitos eram castrados forçadamente como parte de seu "tratamento". Assim como os eunucos coreanos, esses homens viviam bem mais do que os demais internados se tivessem sido esterilizados antes dos 15 anos.
A testosterona pode tornar o corpo mais forte, no curto prazo, mas essas mesmas mudanças deixam os homens propensos a doenças do coração, infecções e câncer no fim da vida. "O hormônio pode aumentar a produção de fluido seminal hoje, mas promove o câncer de próstata a longo prazo; ou altera a função cardiovascular para melhorar o desempenho físico no início da vida, mas leva à hipertensão e à arteriosclerose", diz Gem.

 ‘Elixir da juventude’

As mulheres não só escapam dos riscos da testosterona como também podem se beneficiar de seu próprio "elixir da juventude", que ajuda a compensar alguns dos estragos provocados pelo tempo. O hormônio sexual estrogênio é um "antioxidante", o que significa que ele neutraliza substâncias tóxicas que estressam as células.
Em experimentos com animais, as fêmeas cujos ovários foram retirados não vivem tanto quanto àquelas que continuaram produzindo o estrogênio naturalmente.
Kirkwood e Gem acreditam que isso é uma vantagem evolutiva que deu a homens e mulheres as melhores chances de passar seus genes adiante.
Durante o acasalamento, as mulheres teriam mais tendência a procurar o "macho alfa", mais definido pela testosterona. "Mas, uma vez que os filhos nascem, o bem-estar da cria está intimamente ligado ao bem-estar da figura materna. Ou seja, é muito mais importante para os filhos que a mãe esteja em forma do que o pai", diz Kirkwood.
Isso pode não ser um grande consolo para os homens de hoje. Os cientistas admitem que é preciso continuar procurando por uma resposta definitiva. Mas a esperança é que, um dia, o conhecimento possa trazer algumas pistas para ajudar todos nós a vivermos um pouco mais.

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