sábado, 15 de agosto de 2015

Por Alfredo Brites



O ato de beijar pode ser uma 'invenção' recente dos humanos .



Analisando friamente, beijar é algo um tanto estranho: a troca prolongada de saliva com outra pessoa aumenta a possibilidade de transmitir até 80 milhões de bactérias com um único gesto.
Ainda assim, praticamente todo mundo se lembra de seu primeiro beijo, com todos os detalhes íntimos e deliciosos. E beijar continua sendo uma parte importantíssima do romance.
Quem vive nos países do Ocidente pode pensar que o beijo na boca é um comportamento humano universal.
Mas um estudo recente, realizado por especialistas das Universidades de Nevada e Indiana, nos Estados Unidos, sugere que menos da metade das culturas do mundo adota o gesto. Beijar também é extremamente raro entre os bichos.
De onde vem o beijo, então? Se é algo útil, por que não é adotado por todos os humanos e outros animais?

Invenção recente

Bem, pode ser justamente o fato de outros não beijarem o que explicaria nossa preferência pelo gesto.
Segundo o estudo americano, que analisou 168 sociedades em todo o mundo, apenas 46% delas cultivam o hábito do beijo como uma demonstração romântica. Anteriormente, pensava-se que seriam 90%. A pesquisa excluiu o beijo entre pessoas da mesma família e se concentrou apenas no beijo na boca entre casais.
O psicólogo Rafael Wlodarski, da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, passou um pente fino em inúmeros estudos para encontrar indícios de como o beijo mudou ao longo do tempo.
O sinal mais antigo de um comportamento parecido com o beijo vem de textos em sânscrito védico hindu de mais de 3,5 mil anos atrás. Neles, beijar é descrito como "aspirar a alma um do outro".
Por outro lado, hieróglifos egípcios retratam pessoas perto umas das outras, mas não com seus lábios colados.
Será, então, que o beijo é algo natural que algumas culturas reprimiram?
A melhor maneira de descobrir é observando os animais.
Os machos da aranha viúva negra conseguem sentir pelo olfato o melhor momento de copular
Os chimpanzés e os bonobos, nossos parentes mais próximos, se beijam.
O primatólogo Frans de Waal, da Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, já presenciou várias cenas de chimpanzés se beijando e se abraçando após um confronto. Para eles, o beijo é uma forma de reconciliação, e é mais comum entre machos. Ou seja, não é um ato romântico.
Já os bonobos se beijam com mais frequência e costumam usar suas línguas no gesto. Isso talvez não seja surpreendente porque essa espécie é altamente sexual: quando dois seres humanos são apresentados pela primeira vez, provavelmente trocam um aperto de mão; já os bonobos fazem sexo. Portanto, seus beijos não são necessariamente românticos.
Esses dois primatas são uma exceção. Até onde se sabe, outros animais não beijam. Alguns podem esfregar os rostos mas não trocam saliva ou estalam seus lábios.
Em vez disso, as espécies exalam odores tão fortes para atrair o sexo oposto que elas não precisam se aproximar para senti-lo. O principal componente desse odor são os feromônios, que despertam o desejo de acasalar.
Mamíferos como o javali, o hamster e o rato têm um olfato apurado e seguem o rastro dos odores para conseguir encontrar parceiros geneticamente diferentes.
O ser humano possui um olfato bastante rudimentar. Portanto, chegar bem perto de outra pessoa pode ser uma vantagem. E estudos mostram que, apesar do odor não ser o único sinal que usamos para avaliar se um parceiro é apropriado, ele tem um papel fundamental nessa escolha.
Desse ponto de vista, o beijo seria apenas uma maneira culturalmente aceitável de se chegar perto o suficiente de alguém para detectar seus feromônios.
Em algumas culturas, esse comportamento evoluiu para o contato físico entre os lábios. "É difícil saber quando exatamente isso aconteceu, mas o objetivo do beijo é o mesmo do farejar entre os animais", conclui o cientista.

Por que mulheres sentem mais frio que homens no trabalho?

 

Uma dupla de cientistas holandeses ofereceu recentemente uma nova resposta a uma velha e recorrente questão dos ambientes de trabalho: por que homens e mulheres reagem à temperatura de forma diferente?
Ou melhor: qual é a razão para mulheres correrem para seus casacos ao ouvirem os homens pedirem para aumentar o ar-condicionado?
Segundo o estudo, elas sentem frio mais rápido.
No teste realizado pelos pesquisadores, a faixa de temperatura mais confortável para as mulheres ficou entre 24°C e 25°C, dois graus e meio acima do termômetro desejado pelos homens.
O professor Paul Thornalley, da Escola de Medicina de Warwick, na Inglaterra, diz que a variação da taxa metabólica média e do calor do corpo “pode explicar porque há uma diferença na temperatura ambiente necessária para o conforto entre homens e mulheres”.
O metabolismo é responsável pelo crescimento e pela produção de energia, inclusive calor. E a taxa metabólica em repouso é a taxa mínima de energia gasta quando estamos em repouso, calculada por meio de um conjunto de equações. Em média, as mulheres têm uma taxa metabólica menor que a dos homens.
 “Um determinante importante da taxa metabólica em repouso é a quantidade de massa magra (livre de gordura) no corpo das pessoas”, explica Thornalley.
A massa magra – que inclui todas as partes do corpo, como pele, ossos e músculos, excluindo a gordura – tem um peso importante na diferença de taxas metabólicas verificada entre homens e mulheres.
Como eles, em geral, têm mais massa magra do que elas, possuem taxa metabólica em repouso mais alta.
Segundo estudo, a temperatura confortável para mulheres é 2,5°C maior do que a desejada por homens
Os maiores órgãos, como fígado, cérebro, músculo esquelético e coração, são os que consomem mais energia.
A produção de calor sem movimento – quando a energia é gasta sem exercício ativo – ocorre na “gordura marrom”, segundo Thornalley. Humanos têm dois tipos de gordura: a branca, que abriga as calorias excedentes, e a marrom, que gera calor.
A gordura marrom produz calor involuntariamente por meio de um processo chamado termogênese. Ele é regulado pelo hormônio da tireoide e pelo sistema nervoso, e pode ser responsável por uma variação adicional na taxa metabólica em repouso, particularmente em homens (para evitar a hipotermia, bebês têm níveis maiores de gordura marrom que adultos).
Essa maior proporção de massa corporal capaz de produzir calor significa que, em média, os homens não sentem frio tão facilmente como as mulheres. Por outro lado, têm uma tolerância menor ao clima quente do verão, já que seus corpos produzem mais calor.

Cinco dicas para reduzir o açúcar que consumimos sem perceber.

 

Segundo a OMS, o ideal é que o açúcar seja apenas 5% da dieta - e isso inclui aquele presente em alimentos que nem imaginamos .
Pense em um quilo de açúcar. Sim, um desses pacotes que compramos no supermercado e com o qual podemos encher o açucareiro várias vezes.
Parece muito, não? Mas é a mesma quantidade que um adulto consome, em média, em duas semanas. E os adolescentes ingerem um pouco mais.
Muitos se surpreenderão de que seja tanto. Sabemos em quais alimentos é óbvio que haja açúcar, como chocolates e biscoitos. Mas também há grandes quantidades "escondidas" em outras comidas que não necessariamente são consideradas doces.

1. Qual deve ser o limite diário?

Em março de 2015, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reduziu sua recomendação de consumo diário de açúcar para uma dieta saudável a 5% do total de calorias ingeridas. O limite máximo é de 10%.
Essa recomendação é um desafio, considerando os hábitos alimentares de hoje em dia. Nos países ocidentais, o açúcar pode representar até 15% da ingestão diária de fontes de energia.
Algumas colheres de molho podem contar a mesma quantidade de açúcar que um donut
No entanto, alguns nutricionistas vão além e recomendam o consumo de menos de 3% na dieta.
Esses limites são para todos os tipos de açúcar contidos nos alimentos, tanto os naturais – os existentes no mel, leite e sucos de fruta, por exemplo – como o açúcar cristal e o refinado, porque o corpo não distingue a diferença entre suas versões naturais e processadas.
Na prática, todos os tipos de açúcar são transformados em glicose e frutose e acabam processados pelo fígado.

2. Quanto é isso em colheres de chá?

Esta é a recomendação da OMS para uma pessoa adulta que consuma aproximadamente 2 mil calorias por dia:
O limite máximo de 10% corresponde a 50 gramas de açúcar por dia, o que corresponde a mais ou menos 12 colheres de chá.
Para seguir o limite considerado ideal, de 5%, é preciso cortar os números acima pela metade.

3. Quanto açúcar há numa lata de refrigerante?

Só uma lata do tamanho convencional, de 330 ml, contém, em açúcares, o equivalente a nove colheres de chá, ou seja, mais que a quantidade ideal recomendada pela OMS.
São 36 gramas em uma lata de refrigerante de cola. A versão light, por sua vez, tem zero açúcar.

4. Quanto de açúcar há 'escondido' em alimentos não considerados doces?

As bebidas que mais contém açúcar são (da maior quantidade para a menor): milkshakes, refrigerantes, água com sabor de frutas, energéticos e sucos de fruta artificiais. Essas bebidas não nos deixam tão satisfeitos como comidas sólidas que não são doces, mas têm o mesmo número de calorias.
Um suco de laranja de 150 ml contém 12,9 gramas de açúcar, equivalente a 3 colheres (de chá) de açúcar.
A recomendação para as crianças é a de consumir água ou leite (sem açúcar) em vez de refrescos e sucos de fruta com adição de açúcar.
O álcool também é um problema: segundo dados de uma pesquisa feita no Reino Unido entre 2008 e 2012, 10% do total de açúcar consumido pelos adultos vêm de bebidas alcoólicas.
Em segundo lugar vêm os molhos: molho barbecue, ketchup ou molho agridoce... todos têm açúcar. Algumas colheres de molho podem contar a mesma quantidade de açúcar que um donut.
Por sua vez, um iogurte de fruta de 125 gramas contém 15,9 gramas de açúcar. A mesma quantidade de iogurte natural tem 11,6 gramas, segundo a Public Health England.
E alguns produtos light ou diet também não são necessariamente são seguros, porque, para potencializar o sabor, os fabricantes compensa o baixo teor de gordura acrescentando mais açúcar.

5. Como calcular o quanto de açúcar há em algum produto?

Essa pode ser uma tarefa confusa porque, nos rótulos, o açúcar pode aparecer sob diferentes nomes.
Mas quase todos eles terminam em "ose": glicose, frutose, sacarose, lactose, maltose, xarope de milho, que contém frutose concentrada.
Entretanto, um bom jeito de calcular o açúcar presente é se concentrar no item "Carboidratos (dos quais açúcares)".
Em geral, se há mais de 15 gramas de açúcar por 100 gramas, é considerado um produto com alto teor de açúcar.
Se for 5 gramas por cada 100 gramas, é um produto com baixo teor de açúcar.

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