quarta-feira, 8 de julho de 2015

Por Alfredo Brites



Como os olhos revelam nossos pensamentos.

 

 
Dizem que os olhos são as janelas da alma e revelam emoções profundas.
Apesar de a Ciência moderna não reconhecer a existência de uma alma, ela sugere que há um tanto de verdade nesse ditado: os olhos não só refletem o que está acontecendo no cérebro como também podem influenciar a maneira como nos lembramos das coisas e tomamos decisões.
Nossos olhos estão em constante movimento e, enquanto alguns destes são controlados, muitos ocorrem inconscientemente.
Quando lemos, por exemplo, fazemos uma série de deslocamentos oculares muito rápidos, fixando o olhar em uma palavra após a outra – os chamados movimentos sacádicos. Mas ao percorrermos uma sala com os olhos, esse movimento é mais amplo.
Há ainda as pequenas movimentações involuntárias que fazemos com os olhos quando caminhamos, para compensar o balanço da cabeça e estabilizar o olhar. Isso sem falar nos rapidíssimos movimentos durante o sono que dão nome à fase REM ("Rapid Eye Movement").
O que se sabe agora é que alguns dos movimentos oculares podem ser realmente reveladores do nosso processo de pensamento.
Pesquisa publicada em 2014 por cientistas da Universidade de Leiden, na Holanda, mostra que a dilatação das pupilas está ligada ao grau de incerteza de uma pessoa durante uma tomada de decisão: se alguém está menos seguro sobre sua escolha, acaba ficando mais agitado, e suas pupilas se dilatam.
Essa alteração nos olhos também pode revelar o que a pessoa que tomou uma decisão está prestes a dizer. O estudo descobriu, por exemplo, que observar a dilatação possibilita prever quando uma pessoa cautelosa que sempre responde "não" está à beira de anunciar que optou por um "sim".
Observar os olhos pode até mesmo ajudar a prever o número que uma pessoa tem em mente. Pesquisadores do departamento de Psicologia da Universidade de Zurique recrutaram 12 voluntários e descobriram que a direção e a amplitude dos movimentos dos olhos antecipavam com precisão se o número que eles estavam prestes a dizer era maior ou menor do que o anterior – e qual a diferença entre os dígitos.
O olhar de cada voluntário se deslocava para cima e para a direita antes que eles dissessem um número maior, e para baixo e para a esquerda antes de um menor. Quanto mais extrema a mudança de um lado para o outro, maior a diferença entre os números.
Pensar em um número e olhar para o alto e à direita pode indicar um dígito alto em mente
Isso sugere que nós, de alguma forma, vinculamos representações numéricas abstratas no cérebro ao movimento espacial.
Mas o estudo não nos diz se o pensamento em um determinado número provoca alterações na posição dos olhos, ou se é a posição do olho que influencia nossa atividade mental.
Em 2013, pesquisadores na Suécia publicaram provas de que a última hipótese é que vale: os movimentos dos olhos podem realmente facilitar a recuperação da memória.

Como Nobel em DNA descobriu segredo 'chocante' sobre própria genética.


Em 2001, o cientista britânico Paul Nurse ganhou um prêmio Nobel por suas pesquisas sobre o papel do DNA na divisão e na multiplicação celular. Anos depois, por acaso, faria descobertas chocantes sobre sua própria genética. As revelações, no entanto, deixaram lacunas que, até hoje, o cientista não preencheu.
Paul Nurse foi criado em Londres em uma família sem muitos recursos ou inclinação para estudos. Seus irmãos, por exemplo, todos deixaram a escola aos 15 anos. Ele conta que teve uma infância feliz. Sentia-se, porém, um tanto solitário.
"Me sentia um pouco como um peixe fora d'água. Sempre fui uma pessoa com facilidade para os estudos, acabei me tornando um professor em Oxford, e o resto da família não era assim. E eu me perguntava: o que explica isso? E, sendo um geneticista, prestava atenção a essas diferenças", disse em entrevista ao programa Outlook, do Serviço Mundial da BBC.
A primeira de duas descobertas do cientista sobre suas origens ocorreu quando sua filha, Sarah, precisava fazer um trabalho escolar sobre genealogia da família. Eles aproveitaram uma visita aos pais de Nurse em uma cidade no nordeste da Inglaterra para que a menina entrevistasse a avó.
"Ela chamou minha mãe para um canto e começou a entrevistá-la. De repente, minha mãe volta branca como uma folha de papel", lembra.
"A Sarah está me perguntando sobre meus pais. Nunca lhe contei isso, mas sou, na verdade, uma filha ilegítima. Minha mãe me teve com outra pessoa e se casou, posteriormente, com o homem que me criou", disse a mãe de Paul.
E as revelações não pararam por aí. O pai de Nurse tinha um histórico semelhante. Era filho de uma 'mãe solteira' e não conhecia o próprio pai.
"Dois avós desconhecidos! Isso me ajudava a explicar por que eu era tão diferente do resto da família. Talvez tivesse herdado genes 'exóticos' desses avós! Como geneticista, me detive às implicações disso pelos 20 anos seguintes", contou.
Mas a complicada história familiar do cientista estava longe de ser desvendada por completo.
Há cerca de oito anos, quando tentava tirar um green card (visto de residência permanente) para os Estados Unidos, foi informado por autoridades imigração que seu pedido havia sido rejeitado.
"Levei um susto. Já tinha recebido um prêmio Nobel, era presidente de uma universidade americana... Fiquei um tanto irritado, para falar a verdade", disse.
O problema é que a versão resumida de sua certidão de nascimento (algo comum na Grã-Bretanha) não continha o nome de seus pais. "Já havia perguntado a meus pais por que tinha apenas essa versão resumida. Me disseram que a completa era mais cara e eu aceitei a explicação", disse.
Nurse precisou, então, pedir uma certidão completa de nascimento em um cartório britânico. Quando o documento chegou, teve sua segunda revelação.
"Tinha voltado de férias, minha esposa estava ao meu lado. Minha secretária havia recebido o documento e me perguntou: 'Paul, é possível que você tenha o nome de sua mãe errado?'. 'Claro que não', respondi.
"Ela olhou para mim e me entregou o certificado. Silêncio absoluto. O nome escrito no campo da mãe era o nome de minha irmã. Fique chocado, atônito", disse.
A pessoa que Paul acreditava ser sua irmã era sua mãe biológica. "Achei que fosse um erro burocrático. Minha irmã teria me levado para ser registrado e confundiram o nome. Então, olhei para o campo do pai. Não havia nenhum nome, apenas um risco", disse.
"Descobri que minha mãe ficou grávida aos 17 anos e foi enviada para a casa de uma tia em Norwich, coisa de livro vitoriano. Posteriormente, minha avó foi para lá e fingiu que o filho era dela. Três meses depois, voltou comigo para Londres como seu filho. Nunca fui oficialmente adotado", contou.
Apesar dessas duas reviravoltas em sua história genética familiar, o cientista não conseguiu ir além na busca por suas origens.
Quando soube de sua verdadeira história, sua mãe biológica e seus avós já haviam morrido. E seu irmãos tinha poucas recordações do período.

Bebidas açucaradas matam mais de 184 mil pessoas por ano, diz estudo. 


Um estudo conduzido por pesquisadores de uma universidade dos Estados Unidos mostrou que o consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes, pode estar vinculado a mais de 184 mil mortes por ano em todo o mundo. 
Ao longo de três décadas, os cientistas reuniram dados a respeito do consumo de bebidas com grande teor de açúcar entre mais de 600 mil pessoas espalhadas por 51 países. Os resultados do estudo, publicado na revista Circulation, da Associação Americana do Coração, mostram que o consumo dessas bebidas está entre os principais fatores de risco para quadros como diabetesobesidadecâncer e doenças cardiovasculares. 

Os pesquisadores também descobriram que jovens adultos estão mais propensos a desenvolverem doenças crônicas em decorrência do consumo de bebidas açucaradas do que adultos mais velhos. De acordo com o estudo, os problemas acarretados pelo consumo dessas bebidas, que incluem refrigerantes, isotônicos (bastante consumidos por atletas), chás gelados e as famosas caipirinhas, podem impactar até mesmo na economia dos países, uma vez que grande parte da força de trabalho é formada principalmente por adultos mais jovens. Ainda segundo a publicação, se o cenário permanecer o mesmo, o número de mortes provocadas por doenças cardiovasculares e diabetes pode aumentar significativamente nas próximas décadas. Atualmente, estima-se que, das 184 mil mortes causadas pelo consumo dessas bebidas todos os anos, 133 mil ocorram em decorrência de problemas vinculados ao diabetes. Outras 45 mil estariam relacionadas a doenças cardiovasculares e 6.450 ao câncer. 

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