segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Por Alfredo Brites



               A genética da felicidade.

 


Ninguém conseguiu comprovar ainda se dinheiro traz ou não a felicidade, mas a publicação de uma nova pesquisa sobre o papel dos genes no humor dos seres humanos sugere que a razão para as pessoas serem mais ou menos alegres pode estar na biologia. Os autores do trabalho, os cientistas Michael Minkov, da Universidade de Varna, na Bulgária, e Michael Bond, da Universidade Politécnica de Hong Kong, estabeleceram um ‘forte paralelo’ entre a presença de um componente genético na população de países ao redor do mundo e a porcentagem desta mesma população que se diz ‘muito feliz’.

Os pesquisadores usaram como base o banco de dados das três últimas edições do World Values Survey (WVS), um projeto de pesquisa global que avalia os valores e as crenças das pessoas de diferentes países e o índice geral do sentimento de felicidade entre elas.
O componente genético responsável por impulsionar a felicidade seria o rs324420 no alelo A, presente no gene FAAH. No México, por exemplo, ele está presente em 46% da população e, de acordo com a WVS, 60,8% dela se diz ‘muito feliz’ (ver quadro).



Em artigo na revista científica Nature, Minkov e Bond alertam que os índices nacionais de felicidade não são estáveis, sofrendo influência de outras variáveis e o perfil genético de uma nação não pode ser responsabilizado individualmente por essa medida da felicidade.
Mas a relação entre a presença do gene e a porcentagem de felicidade foi estabelecida quando foram isolados os dados sobre clima, incidência de doenças, informações econômicas do Banco Mundial, aplicação de leis, fragilidade ou não da democracia e índice de tolerância social. Todos são fatores que influenciam na percepção de bem-estar e felicidade de uma população.
A genética então explicaria casos de países do norte da América Latina ou da África Ocidental, como Nigéria e Gana, em que uma parcela significativa da população, 59,8% e 48,6% respectivamente, se diz ‘muito feliz’, ao mesmo tempo em que essas nações vivenciam baixo crescimento econômico e altos índices de criminalidade e de corrupção.
 
 Istoé

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