Ácaros que vivem no seu rosto descendem dos ácaros dos seus ancestrais.
Os poros do seu rosto são habitados
por minúsculos seres vivos: ácaros da espécie Demodex folliculorum, que se banqueteiam com
o sebo produzido por suas glândulas. Pois se você já achava isso esquisito,
prepare-se: essa história está prestes a ficar ainda mais estranha.
Segundo um
estudo realizado por cientistas da
Universidade do Texas, em Austin, esses ácaros caroneiros passam de geração
para geração de humanos. Os pesquisadores analisaram a variação genética de
ácaros pertencentes a 70 pessoas e chegaram a uma conclusão bizarra: cada
humano carrega ácaros semelhantes aos de seus ancestrais. A população de ácaros
na cara de cada pessoa pode ser usada para determinar a origem de sua família:
os ácaros de descendentes de asiáticos, por exemplo, são diferentes dos de
descendentes de latino-americanos ou africanos.
A pesquisa reforça uma ideia maluca
que ganhou muita força nos últimos anos: a de que nós não somos meros
indivíduos. Somos ecossistemas inteiros,
povoados por uma quantidade astronômica de seres vivos.
Os pesquisadores acreditam que o
estudo dos ácaros dos rostos pode se tornar uma nova ferramenta para traçar a
história das migrações humanas. Segundo eles, a variação que eles encontraram
entre os ácaros que estudaram reforçam a teoria "out of Africa",
segundo a qual a humanidade toda descende de uma espécie que se originou no
continente africano.
Ah,
e não adianta fazer cara de quem não tem nada a ver com isso. Segundo uma
outra pesquisa, publicada em 2014, 100% dos adultos
humanos dão carona para o Demodex
folliculorum em seus poros.
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