Por que sentimos formigamentos?
A
dormência impede que os membros sintam qualquer outra coisa. Não se trata de
uma sensação dolorosa, mas sim um tanto incômoda. Mas basta esperar alguns
minutos ou até sacudir a parte atingida para se livrar do desconforto.
A
sensação em si tem um nome mais pomposo para a Medicina: parestesia. E a
variação praticamente inofensiva citada acima é descrita como “parestesia
temporária”.
Mas
o que está acontecendo no corpo?
Estrada bloqueada
Para
entendermos o formigamento, é preciso lembrar que o corpo é formado por
inúmeros nervos, que são como estradas biológicas cujo papel é transmitir
informações entre o cérebro e o resto do organismo.
Quando
você exerce demasiada pressão sobre uma das pernas ou um dos braços, algo fácil
de ocorrer por causa da extensão desses membros, você acaba pinçando
temporariamente os nervos que correm por ali. Ao mesmo tempo, também são
comprimidos os vasos sanguíneos que suprem esses nervos.
Isso
faz com que o cérebro deixe de receber as informações que espera virem desses
agrupamentos de nervos, enquanto os próprios nervos param de receber o sangue
oxigenado que vem do coração. Por isso, quando a pressão é aliviada e o sangue
volta a circular nos membros, os nervos começam a disparar informações para o
cérebro e a processar as que o cérebro envia.
Traumas mais intensos
Mas
nem todo formigamento é temporário. A parestesia crônica pode ocorrer como
parte de vários distúrbios neurológicos ou após algum trauma no nervo, como uma
queimadura.
Pesquisadores
da Universidade McGill e do Hospital Hotel-Dieu, em Montreal, no Canadá, trabalharam
com 104 pacientes de queimaduras para entender a dor que perdurava após os
acidentes. Muitos continuavam a sentir dor até mesmo um ano depois de sofrer as
queimaduras.
Isso
ocorre porque esse tipo de dano geralmente destrói nervos e seus receptores, e
o tratamento para essas queimaduras envolvem enxertos de pele, que também
danificam ou arranham as células nervosas.
Um
estudo de 2010 feito pela Universidade de Toronto, no Canadá, reuniu dados de
mais de 11 mil “efeitos secundários” relatados durante uma década após o uso de
um tipo de anestesia local em consultórios de dentistas.
Entre
os que sofreram algum tipo de parestesia, 89% tiveram a língua afetada. O
restante sentiu o formigamento nos lábios. Em caso extremo, a parestesia durou
736 dias após o tratamento dentário.
Por
isso, ao sentir o incômodo de uma dormência no braço ou na perna por alguns
minutos, lembre-se que poderia ser pior.
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