10 doenças que podem dar os primeiros sinais na boca.
Examinar
a língua, os lábios e a gengiva periodicamente é tão importante quanto prestar
atenção em qualquer outra parte do corpo. Algumas doenças graves podem se
manifestar dando sinais na região bucal. Ao primeiro indicativo de algo errado,
é preciso procurar um dentista que fará uma avaliação e, se necessário,
encaminhará para um estomatologista, médico especialista que cuida de doenças
bucais.
A
doutora em ciências da saúde e mestre em estomatologia Ana Paula Ribeiro Braosi
diz que muitas doenças se manifestam primeiramente na boca. Entre elas, estão
problemas que vão desde câncer a doenças autoimunes. Veja abaixo relação de
doenças que começam pela boca:
1/10
Doenças
autoimunes
O lúpus eritematoso sistêmico e o eritema multiforme podem se manifestar pela boca. “Podem aparecer lesões ulcerativas na boca, feridas abertas que doem e incomodam”, explica Ana Paula sobre o lúpus.
O lúpus eritematoso sistêmico e o eritema multiforme podem se manifestar pela boca. “Podem aparecer lesões ulcerativas na boca, feridas abertas que doem e incomodam”, explica Ana Paula sobre o lúpus.
A
estomatologista membro da Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia
Oral Cíntia Maria Remondes explica que, geralmente, a doença se manifesta na
mucosa bucal de forma assemelhada aos sinais corporais.
Sífilis
Cíntia explica que a sífilis pode causar lesões granulomatosas na cavidade oral. “Forma um pequeno tumor e, no centro desse tumor, há uma ferida aberta que muitas vezes demora para cicatrizar. É o primeiro sinal que a sífilis dá”, explica a estomatologista.
Cíntia explica que a sífilis pode causar lesões granulomatosas na cavidade oral. “Forma um pequeno tumor e, no centro desse tumor, há uma ferida aberta que muitas vezes demora para cicatrizar. É o primeiro sinal que a sífilis dá”, explica a estomatologista.
Anemia
“Quando há um despapilamento da língua, ela fica ‘careca’, com aspecto liso, brilhante e muitas vezes com secura. Isso pode significar que a pessoa está anêmica”, diz Ana Paula.
“Quando há um despapilamento da língua, ela fica ‘careca’, com aspecto liso, brilhante e muitas vezes com secura. Isso pode significar que a pessoa está anêmica”, diz Ana Paula.
Leucemia
Esse tipo de câncer sanguíneo também dá sinais na boca. “A leucemia se manifesta por lesões ulcerativas e por áreas necrosadas. Muitas vezes, há o aumento da gengiva e um sangramento espontâneo, que não existia anteriormente”, diz Ana Paula.
Esse tipo de câncer sanguíneo também dá sinais na boca. “A leucemia se manifesta por lesões ulcerativas e por áreas necrosadas. Muitas vezes, há o aumento da gengiva e um sangramento espontâneo, que não existia anteriormente”, diz Ana Paula.
Sapinho
(candidíase pseudomembranosa)
“O sapinho pode formar pseudo-membranas”, diz Ana Paula. Essas membranas são esbranquiçadas e ficam aderidas na mucosa bucal. O aspecto pode se assemelhar a pequenas feridas.
“O sapinho pode formar pseudo-membranas”, diz Ana Paula. Essas membranas são esbranquiçadas e ficam aderidas na mucosa bucal. O aspecto pode se assemelhar a pequenas feridas.
HPV
“Muitas vezes, o mesmo subtipo do HPV que causa câncer no colo do útero pode se manifestar na boca”, diz Ana Paula. “Aparecem pequenas verrugas – ou apenas uma. O quadro pode evoluir para um câncer”, alerta.
“Muitas vezes, o mesmo subtipo do HPV que causa câncer no colo do útero pode se manifestar na boca”, diz Ana Paula. “Aparecem pequenas verrugas – ou apenas uma. O quadro pode evoluir para um câncer”, alerta.
Pericardite
Cíntia Maria explica que as bactérias que ficam na boca podem até mesmo causar uma infecção no coração. “Por causa de gengivite, doenças gengivais avançadas ou de um canal não realizado essas bactérias da boca podem cair na corrente sanguínea e se alojar em tecidos cardíacos, causando uma infecção”, alerta a estomatologista.
Cíntia Maria explica que as bactérias que ficam na boca podem até mesmo causar uma infecção no coração. “Por causa de gengivite, doenças gengivais avançadas ou de um canal não realizado essas bactérias da boca podem cair na corrente sanguínea e se alojar em tecidos cardíacos, causando uma infecção”, alerta a estomatologista.
“Isso pode até levar à morte, quando
não se toma antibiótico de forma adequada ou quando a pessoa já tem algum
problema cardíaco prévio”, diz. No entanto, é um mal possível de prevenir: a
visita periódica ao dentista consegue identificar problemas gengivais, corrigir
a higiene bucal e evitar que o pior aconteça.
Refluxo
gastroesofágicoAlém da falta de escovação dos dentes, da língua e da presença de cáries, o mau hálito pode indicar que a pessoa está com refluxo gastroesofágico. “O conteúdo do estômago acaba subindo e pode causar mau hálito”, diz Ana Paula. Portanto, atenção a esse sinal.
Câncer de boca
Esse tipo de malignidade pode acontecer na boca. “Normalmente, o sinal é quando uma ferida não cicatriza em até 15 dias”, diz Cíntia Maria. “Pode se assemelhar com uma afta, mas geralmente é indolor”. Segundo a estomatologista, é preciso procurar um dentista e fazer uma biópsia para ver se é câncer.
“O câncer de boca pode ser um tumor
primário ou secundário. O primário nasce na boca, já o secundário é reflexo de
outro tumor no corpo do paciente”, diz a especialista. “Não dá para dizer de
onde o câncer veio, é uma gama enorme de possibilidades”.
Câncer infantilRhoner Gonçalves alerta para um tipo de câncer infantil que se manifesta na boca, o linfoma de Burkitt. “Esse tumor maligno cresce muito rápido, chega a dobrar de tamanho a cada semana e pode impedir que a criança feche a boca”, alerta o estomatologista. “Normalmente, ele se manifesta na região da gengiva, no fundo da boca, na parte de baixo”.
- iG São Paulo
Pobreza e abusos estimulam casamentos infantis no Brasil.
De acordo com o Censo 2010, pelo menos
88 mil meninos e meninas com idades de 10 a 14 anos estavam casados em todo o
Brasil. Na faixa etária de 15 a 17 anos, são 567 mil.
A partir dos dados do Censo, a equipe
de pesquisadores - financiada pela Fundação Ford, com apoio da Plan
International e da Universidade Federal do Pará (UFPA) - foi ao Pará e ao
Maranhão, Estados onde o fenômeno do casamento infanto-juvenil é mais comum, e
mergulhou no universo das adolescentes que tão cedo têm que se transformar em
adultas.
Numa pesquisa qualitativa, foram
entrevistadas 60 pessoas, entre garotas de 12 a 18 anos, seus maridos (todos
com mais de 20 anos), seus parentes e funcionários da rede de proteção à
infância e adolescência no Brasil.
A idade média das jovens entrevistadas
foi de 15 anos; seus maridos são, em média, nove anos mais velhos.
Mas os pesquisadores descobriram que,
no Brasil, o casamento de crianças e adolescentes é bem diferente dos arranjos
ritualísticos existentes em países africanos e asiáticos, com jovens noivas
prometidas pelas famílias em casamentos arranjados pelos parentes ou até mesmo
forçados.
O que acontece no Brasil, por outro
lado, é um fenômeno marcado pela informalidade, pela pobreza e pela repressão
da sexualidade e da vontade femininas.
Normalmente os casamentos de jovens
são informais (sem registro em cartório) e considerados consensuais, ou seja,
de livre e espontânea vontade.
5 principais razões de casamento infanto-juventil no Brasil
- Gravidez indesejada;
- Controle dos pais sobre a sexualidade das filhas, com a ideia de que, "se começou a ter relação sexual, é melhor casar logo";
- Pobreza da família e necessidade de um provedor financeiro;
- Falta de perspectiva de vida das jovens, sem interesse especial pela escola e sem futuro profissional, o que amplia a vontade de sair da casa dos pais;
- Desejo expresso dos maridos de se casarem com garotas mais jovens e mais "obedientes" a eles.
Naturalização
Entre os motivos para os casamentos, a
coordenadora do levantamento, Alice Taylor, pesquisadora do Instituto Promundo,
destaca a falta de perspectiva das jovens e o desejo de deixar a casa dos pais
como forma de encontrar uma vida melhor.
Muitas fogem de abusos, escapam de ter
de se prostituir e convivem de perto com a miséria e o uso de drogas. As
entrevistas das jovens, transcritas no relatório final da pesquisa sob condição
de anonimato, mostram um pouco do que elas enfrentam, como esta que diz ter saído
de casa por causa do padrasto, que a maltratava.
"Porque eu tava entrando na minha
adolescência, eu queria sair, eu queria curtir, queria andar (…). Eu me
relacionei com ele, namorei com ele três meses, ele me convidou pra morar na
casa dele, aí eu fui pra casa dele. Não gostava muito dele, eu só fui mesmo
pelo fato de o meu padrasto (me maltratar), aí na convivência nossa ele (o
marido) me fez aprender a gostar dele, e hoje eu sou louca por ele", conta
uma das garotas.
A jovem casou-se aos 12 anos, grávida,
com um homem de 19. No relatório, os pesquisadores afirmam que ela relatou ser
abusada pelo padrasto, mas não fica claro o tipo de abuso.
Também em Belém, outra jovem
entrevistada, que casou grávida aos 15 anos, diz que a mãe "achou por bem
a gente se casar logo, pra não haver esses falatórios que ia haver
realmente". O rapaz era cinco anos mais velho.
Em São Luís, uma das meninas mais
novas entrevistadas relata que se casou aos 13 com um homem de 36 anos. E
mostra a falta de perspectiva como fator fundamental para a decisão, ao dizer o
que poderia acontecer caso não estivesse casada: "Acho que eu estaria
quase no mesmo caminho que a minha irmã, que a minha irmã tá quase no caminho
da prostituição".
A coordenadora da pesquisa de campo em
Belém, Maria Lúcia Chaves Lima, professora da UFPA, disse que as entrevistadas
falaram de modo natural sobre suas uniões conjugais, mesmo sendo tão precoces.
"É uma realidade naturalizada e
pouco problematizada na nossa região", afirma.
Segundo Lima, a gravidez ainda é a grande
motivadora do casamento na adolescência, e a união é vista como uma forma de
controlar a sexualidade das meninas.
"A lógica é: 'melhor ser de só um
do que de vários'. O casamento também aparece como forma de escapar de uma vida
de limitações, seja econômica ou de liberdade", diz.
Apreciei bastante esta matéria.
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