segunda-feira, 20 de julho de 2015

Por Alfredo Brites



Pesquisa indica que beijo romântico não é um comportamento universal.

 


Quem não gosta de dar ou receber um beijo? Surpreendentemente, a resposta são os integrantes de mais da metade das culturas do mundo, pelo menos de acordo com um novo estudo feito por cientistas de universidades americanas.
A pesquisa, publicada no periódico científico American Anthropologist, indica que o beijo romântico ou sexual só existe em 46% das 168 culturas analisadas. Em algumas que não apresentam este comportamento, ele é considerado até mesmo repulsivo.
Na América do Sul, por exemplo, a taxa foi ainda maior: 81% das 21 culturas analisadas não praticam este beijo. Um exemplo pode ser encontrado no Brasil, no Alto Xingu, onde os índios da tribo Menihaku, uma das mais isoladas da região amazônica, veem este tipo de beijo como algo "nojento", segundo relatos etnográficos.
A América do Sul só é superada pela América Central, onde 100% de 31 culturas regionais analisadas no estudo não apresentam este hábito, e pela África, com 87% de 31 culturas. Os pesquisadores não especificam no artigo quais foram todas as culturas analisadas, embora beijos sejam comuns em contextos urbanos em várias dessas regiões.
No outro extremo, está o Oriente Médio, onde o beijo romântico está presente em 100% das dez culturas estudadas, seguido pela Ásia (73% de 37 culturas), Europa (70% de dez culturas), América do Norte (55% de 33 culturas) e Oceania (44% de 16 culturas).

Etnocentrismo ocidental

Beijo romântico está ligado à complexidade social de cada cultura, indica a pesquisa
O novo estudo contradiz pesquisas anteriores que apontavam o beijo romântico ou sexual como um comportamento quase universal, presente em 90% das culturas humanas.
"Suspeitamos que o etnocentrismo ocidental - ou seja, 'a crença de que um comportamento atualmente considerado prazeroso tenha de ser algo universal aos humanos' - pode estar levando ao equívoco comum de que o beijo romântico-sexual é (quase) universal", dizem os autores da pesquisa.
"Apesar de beijar ser uma forma de comunicar intimidade em algumas sociedades ou funcionar como uma atividade erótica específica em outras, é importante notar que, para algumas, o beijo é visto como desagradável, sujo ou simplesmente incomum, assim como outros comportamentos sexuais ou românticos."
Os cientistas ainda afirmam terem encontrado evidências de que o hábito do beijo romântico-sexual está ligado à complexidade destas sociedades.
Quanto mais estratificada socialmente é uma cultura, mais presente é este comportamento. "Isso não está ligado a nenhuma região geográfica ou cultural", esclarecem os pesquisadores.
"É possível que o surgimento do beijo romântico-sexual coincida com o surgimento de outros fatores, como a higiene oral ou a ascensão de classes sociais de elite que valorizam o autocontrole do afeto e demonstrações afetivas."

Como o rosto controla nosso destino.

 Imagine crescer com um irmão gêmeo não idêntico. Vocês teriam a mesma educação, a mesma escolarização, os mesmos interesses. Os dois seriam igualmente aventureiros e interessantes. Iriam à mesma academia e comeriam o mesmo tipo de comida. Espiritualmente e mentalmente, vocês seriam sósias. Mas teriam apenas uma diferença: o rosto.

Talvez um de vocês tivesse feições mais infantis e delicadas, enquanto o outro, ossos mais proeminentes e traços mais grosseiros.
Como seria a vida de cada um de vocês? Será que teriam o mesmo destino ou as diferenças na aparência os conduziriam a diferentes caminhos?
Infelizmente, a resposta parece ser esta última. Bastam algumas frações de segundos para que alguém que nos vê pela primeira vez forme um julgamento sobre nossa competência, nossa confiabilidade, nossa capacidade de liderar e muito mais.
Todos esses conceitos pré-formados podem moldar fatos essenciais na nossa vida, determinando praticamente tudo – dos amigos que faremos à saúde de nosso saldo bancário.

‘Preconceito facial’

Imagens manipuladas para transmitir mais competência, dominância, extroversão e confiabilidade
“Apesar de acharmos que tomamos decisões de uma maneira racional, somos frequentemente seduzidos por interpretações superficiais”, afirma o psicólogo Christopher Olivola, da Universidade Carnegie Mellon, no Estado americano da Pensilvânia. “As aparências são particularmente superficiais, mas ao mesmo tempo um sinal muito forte.”
No passado, essa distinção pelo rosto era considerada um fato infeliz da vida. Mas quanto mais Olivola e seus colegas foram entendendo a influência penetrante disso, mais começaram a se perguntar se esses julgamentos deveriam ser tratados como um tipo de preconceito. Se sim, algo deveria ser feito.
Por causa do nosso culto à celebridade, a beleza física pode parecer ser a maior fonte do que psicólogos chamaram de “preconceito facial”. Já no início dos anos 1990, o economista Daniel Hamermesh descobriu que pessoas consideradas mais atraentes tendem a ganhar de 10% a 12% mais que outras, em várias carreiras – do futebol americano à advocacia.
Na realidade, a única exceção que ele encontrou foi entre assaltantes armados. “Se um bandido consegue assustar alguém com sua aparência, tende a ser menos violento e faturar mais”, diz o economista.

Competência e honestidade

Psicólogos argumentam que conceitos sobre alguém são formados espontaneamente
Nossa preocupação com a beleza pode ter nos ajudado a negligenciar as várias outras formas de preconceito facial, como descoberto pelo psicólogo Alexander Todorov, da Universidade de Princeton, há dez anos.
Ele pediu para que voluntários olhassem fotos de candidatos ao Congresso americano por apenas um segundo e julgassem o quão competentes eles pareciam ser. Mesmo quando considerados fatores como a idade e a beleza, o rápido julgamento dos participantes previu com quase 70% de precisão aqueles que acabaram sendo eleitos.

Reação a mínimas feições

É verdade que tudo isso se baseia em relatos completamente subjetivos. Como podemos saber o que torna um rosto ser honesto, competente ou dominante?
Uma possibilidade é que estamos simplesmente reagindo a expressões faciais – um sorriso franco ou um franzido raivoso. Não há dúvidas de que isso faz uma diferença. Ainda assim, há indícios de que também percebemos outros sinais mais permanentes.
Por exemplo, Olivola e Todorov usaram imagens cuidadosamente manipuladas por computador de pessoas com expressões neutras. Ao pedirem para que elas fossem avaliadas por voluntários e comparando as notas dadas a diferentes fotos, os pesquisadores conseguiram criar um tipo de “moldura digital” que capta as características sutis que sinalizam cada traço.

40 milésimos de segundo

Talvez você goste de pensar que jamais seria tão superficial – mas a verdade é que, toda vez que você conhece alguém pela primeira vez, espontaneamente faz uma avaliação daquela pessoa.
Todorov demonstrou que 40 milésimos de segundo é o tempo necessário para se formar uma rápida impressão da personalidade de um indivíduo – isso representa cerca de um décimo da duração de um piscar de olhos.
Além disso, trata-se de um hábito para toda a vida: até crianças de 3 ou 4 anos conseguem decidir quem é “bonzinho” ou “malvado” baseados apenas em aparências.
Esse tipo de julgamento flutuante poderia não ser muito preocupante se fosse mais preciso. Mas eles contêm alguma dose de verdade.

 

Abuso de drogas pode modificar o cérebro de mulheres de forma permanente.

 

 Um novo estudo publicado recentemente na revista científica Radiology revelou que mulheres que abusam de drogas ilícitas podem sofrer alterações permanentes no volume cerebral, com consequências a longo prazo. No caso dos homens, por outro lado, não houve nenhuma mudança relevante.

Para realizar o experimento, os pesquisadores analisaram a estrutura do cérebro com imagens de ressonância magnética de 127 homens e mulheres. Do total, 59 deles tinham histórico de dependência em cocaína e metanfetamina por, em média, quinze anos. O outro grupo era composto por 68 pessoas saudáveis.
 Os exames mostraram que mesmo após um período de pouco mais de um ano sem utilizar drogas, as mulheres tiveram alterações significantes no cérebro quando comparadas com as voluntárias saudáveis. De acordo com os resultados, houve redução da substância cinzenta nas regiões frontal, límbica e temporal -- estruturas do cérebro associadas à recompensa, ao aprendizado e ao controle das funções executivas.
"Essas regiões são importantes para tomar decisões, sentir emoções, processar recompensas e criar hábitos", diz Jody Tanabe, autor do estudo e professor da Escola de Medicina de Denver, na Universidade do Colorado, nos Estados Unidos.
Segundo Tanabe, um menor volume da substância cinzenta está associado ao comportamento impulsivo, além de um maior potencial de abuso. Os pesquisadores acreditam que as descobertas podem ajudar a descobrir as diferenças biológicas do uso de drogas entre homens e mulheres e, dessa forma, estabelecer tratamentos mais específicos para cada gênero.

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